Uma equipe da Divisão Especializada em Crimes Funcionais (DECRIF), da Polícia Civil, sediada em Belém, prendeu na noite desta quarta-feira (2) toda a equipe que atuava na Delegacia de Polícia Civil do município de Curionópolis, a 130 Km de Marabá. O delegado Manoel Fernandes Paiva, o investigador Jorge Pontes da Silva e a escrivã ad hoc (nomeada) de prenome Paula tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça após serem denunciados ao Ministério Público Estadual sob suspeita de pedirem propina para pessoas detidas.
A prisão foi confirmada pela Superintendência de Polícia Civil do Sudeste do Pará, em Marabá, que precisou formar uma equipe emergencial para assumir a delegacia em Curionópolis, já que há presos custodiados nela. Ao fechamento desta edição, uma fonte ligada a Polícia Civil informou que os presos estavam recolhidos no prédio da Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (Deca), em Marabá, onde também funciona o Núcleo de Apoio à Investigação (NAI). De lá os presos devem ser transferidos hoje (3) para Belém. O delegado e a escrivã foram presos em Curionópólis e o investigador em São Geraldo do Araguaia.
CASO
O caso envolvendo os três já foi divulgado por este CORREIO DO TOCANTINS na Edição 2640, de 1º de Março. O Ministério Público Estadual foi procurado por quatro moradores daquele município denunciando que o trio estaria recebendo propina para liberar presos por delitos não tão graves. Os denunciantes são Fabiano Guimarães de Sousa, Neucimar de Assis de Souza, Antônio Francisco Lima da Silva e Gildenes Ferreira Alves, os quais foram ouvidos pelo promotor Franklin Jones Vieira da Silva, que instalou um Inquérito para apurar o caso.
Os quatro casos aconteceram em dias diferentes e todos denunciam que foram presos e passaram a noite na delegacia, mas acabaram pressionados para pagarem “fiança” para serem liberados, embora este pagamento não tenha ocorrido da maneira tradicional. Gildenes Ferreira, por exemplo, disse ao promotor que no dia 15 de janeiro, por volta de 21 horas, foi abordado e preso por uma guarnição da Polícia Militar, sem motivo justificável.
Quando chegou à delegacia, o delegado Paiva mandou que o colocassem na cela, onde passou a noite. No dia seguinte, a escrivã informou ao declarante que sua fiança custaria R$ 4.500. Um irmão de Gildenes chegou a intermediar a negociação, e com a “complacência” do delegado, o valor cairia para R$ 2.000, mas o irmão informou que tinha R$ 1.000 em dinheiro e que conseguiu um cheque com a amiga Etiene da Costa no valor de R$ 1.000. O delegado teria aceitado a proposta e liberado Gildenes sem registrar sequer ocorrência, ma Gildenes fez cópia do cheque e apresentou ao MP.
Na época em que veiculou a denúncia, a Reportagem procurou o delegado que negou as acusações e informou que ainda não havia sido notificado para prestar declarações na Promotoria, confirmando, no entanto, que não há registro da prisão de Gildenes. O delegado, inclusive, já foi preso anteriormente pelo crime de peculato em São Geraldo do Araguaia.
REINCIDENTE
paiva

Em novembro de 2010, policiais da DECRIF o prenderam em Marabá. Na época ele trabalhava como plantonista na delegacia de São Geraldo. Lotado na Polícia Civil de Marabá, o delegado Manoel Paiva foi acusado pelo Ministério Público junto com outras três pessoas, entre elas o escrivão José Garcia dos Santos Silva. Segundo a denúncia, eles teriam se apropriado indevidamente de um veículo Astra GM, placa NHA-0456, de Imperatriz, no Maranhão, apreendido na Depol da cidade.(Luciana Marschall)fonte:http://www.ctonline.com.br/?inicial¬icia=pol%C3%ADcia&titulo=4gKP%2Bv%2BrPVPV7xLB
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